O Fórum Europeu de Atenção Primária à Saúde, em Barcelona, que termina nesta terça-feira (19/9), conta com a presença da coordenadora do Programa de Residência em Enfermagem de Família e Comunidade da Secretaria Municipal de Saúde, Jacqueline Carvalho. O workshop apresentou os resultados da pesquisa realizada em âmbito nacional sobre saúde no Brasil e na Alemanha, e também destacou os avanços, as perspectivas e potencialidades das práticas clínicas da enfermagem no Rio de Janeiro.
De acordo com o trabalho “Fortalecimento da Prática Avançada de Enfermagem e Colaboração na Atenção Primária à Saúde – Um estudo comparativo de casos no Brasil e na Alemanha”, a Atenção Primária à Saúde (APS) é mais elevada em solo brasileiro. A pesquisa começou em 2020 em uma parceria da Fiocruz com o Ministério da Saúde, com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e a Escola de Saúde Pública da Universidade de Bielefeld, na Alemanha. A coleta de dados começou no país europeu e aterrisou por aqui em 2022, mesmo ano em que Jacqueline passou a integrar a equipe.
Durante o workshop, que aconteceu nesta segunda-feira (18/9), Jacqueline e membros do Ministério da Saúde e da Fiocruz apresentaram o resultado do estudo. Um grupo com representantes de cada instituição visitou as unidades de Atenção Primária no Brasil durante um ano, conduzindo entrevistas com enfermeiros, médicos e gestores das unidades de APS, incluindo as cariocas que oferecem o Programa de Residência em Enfermagem de Família e Comunidade.
Entre os avanços da APS no país está a atuação da enfermagem. Enquanto na Alemanha os atendimentos clínicos são feitos exclusivamente por médicos e especialistas, aqui o profissional de enfermagem tem capacitação técnica e autonomia, o que aumenta a capacidade de atendimento nas clínicas da família e centros municipais de saúde. Jacqueline dará ênfase a este trabalho da capital carioca.
– O Programa de Residência em Enfermagem de Família e Comunidade no Rio, em específico, foi um sucesso entre eles. Esse profissional já sai da residência com muitas certificações. Ele tem capacidade técnica para fazer o pré-natal de uma mulher, por exemplo. Pode fazer colocação de DIU, shantala em bebês, atendimento com prescrição. Na Alemanha, o sistema é muito centralizado – ressaltou Jacqueline.
Outro ponto de destaque abordado pela coordenadora em Barcelona é a integração dos usuários e a busca ativa, por meio dos agentes comunitários de saúde (ACS). O trabalho do ACS é de suma importância para entrar nos territórios e identificar as necessidades da população, orientar e incentivar a busca por atendimento nas unidades básicas de saúde. Esse tipo de serviço não é praticado na Alemanha, os profissionais só vão até as residências de pacientes se o atendimento domiciliar estiver agendado.
No Rio, um dos destaques da pesquisa foi o Super Centro Carioca de Saúde, em Benfica, que Jacqueline fez questão de apresentar para a equipe, incluindo os parceiros alemães. O complexo, que conta com três unidades – o Centro Carioca de Especialidades, Centro Carioca do Olho e Centro Carioca de Diagnóstico e Tratamento por Imagem – foi uma das primeiras paradas da equipe na cidade, em março deste ano, e chamou atenção pelo tamanho e múltiplos serviços oferecidos.
– Eu tenho muito orgulho de ter participado do trabalho e ver este resultado, que temos muitos pontos acima de um país europeu. E mostrar o produto desse estudo é valorizar a saúde do país e do município também. E estar apresentando para outros países que os nossos profissionais são completos para dar toda a assistência aos usuários da Atenção Primária é maravilhoso – comentou Jaqueline.
Categoria: