Ícone do site O DIÁRIO DE BARRETOS

Agência Minas Gerais | Funed lança segundo fascículo do livro Fantástico mundo dos animais peçonhentos

O segundo fascículo do livro “Fantástico mundo dos animais peçonhentos”, com o tema: aracnídeos, coordenado pela bióloga Flávia Cappuccio, da Fundação Ezequiel Dias (Funed), foi lançado no último mês. A obra, que contou com a colaboração dos biólogos Giselle Cotta, Luana Varela, Mayara Magalhães e Thiago Soares, reúne as características exclusivas das aranhas e escorpiões, morfologia externa, bem como informações sobre diversidade, biologia reprodutiva, alimentação e diferentes tipos de comportamentos de defesa exibidos por esses animais fantásticos.

Funed / Divulgação

Acidentes

Todos os anos, no Brasil, são registrados em média 250 mil acidentes por animais peçonhentos, sendo mais de 150 mil com escorpiões, e cerca de 30 mil com aranhas. Desde agosto de 2010, os acidentes com animais peçonhentos foram incluídos, pelo Ministério da Saúde, na Lista de Notificação Compulsória. Isso significa que os acidentes devem ser notificados e registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – o Sinan. A partir das análises desses dados, a vigilância epidemiológica é capaz de identificar o quantitativo de soros antivenenos a serem distribuídos às Unidades Federadas, além de elaborar estratégias de controle dos acidentes, determinar pontos estratégicos de vigilância e estruturar as unidades de atendimento aos acidentados.

Aranhas e escorpiões

As aranhas compõem um grupo extremamente diverso, sendo que há mais de 51 mil espécies descritas no mundo. Esses animais possuem grande variedade de cores e formatos e são encontradas em todo o planeta, com exceção de regiões frias como a Antártida e o Ártico. Habitam variados ecossistemas terrestres e aquáticos e, apesar de ser um grupo muito diverso, apenas 60 espécies são consideradas de importância médica, ou seja, podem provocar graves envenenamentos em seres humanos. No Brasil, essas aranhas pertencem aos gêneros Phoneutria, popularmente conhecidas como aranhas-armadeiras, Latrodectus, conhecidas como aranhas-viúvas e Loxosceles, conhecidas como aranhas-marrons.

Já os escorpiões compõem um grupo menos diverso, com quase 3 mil espécies descritas, das quais, apenas 50 são capazes de provocar graves acidentes em seres humanos. No entanto, o escorpião-amarelo, Tityus serrulatus, possui uma capacidade de dispersão e adaptabilidade tão grande, que se tornou um problema de saúde pública em Minas Gerais e no Brasil. Os acidentes com escorpiões, além de serem numerosos, podem ser especialmente graves em crianças e idosos. Assim como as aranhas, os escorpiões ocorrem em todo o planeta, com exceção de regiões extremamente frias.

Aracnídeos e a Funed

A história da Fundação Ezequiel Dias está ligada aos aracnídeos de importância médica há mais de um século. Atualmente, escorpiões amarelos são mantidos em cativeiro no Serviço de Animais Peçonhentos para extração de veneno, matéria-prima para a produção do soro antiescorpiônico. O primeiro lote de soro antiescorpiônico produzido pela instituição data de 1920.

A Funed possui também um aracnidário científico, onde são mantidos mais de mil exemplares vivos de aranhas, distribuídos em cerca de 20 espécies. Seus venenos são utilizados em pesquisas na busca de componentes que possuam moléculas terapêuticas, visando à possibilidade de produção de novos medicamentos e trazendo benefícios para nossa sociedade. Como um país diverso, existe aqui um grande potencial para o estudo dos venenos animais.

O livro

Segundo a autora e bióloga da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Funed, Flávia Cappuccio, o livro “Fantástico mundo dos animais peçonhentos: aracnídeos” traz, em linguagem acessível ao público não especializado, informações importantes para o reconhecimento das espécies de aracnídeos ou dos gêneros de importância médica do Brasil. “Para cada espécie ou gênero, apresentamos fotografias, características do animal, tamanho, hábitat, distribuição geográfica, alimentação, reprodução, sintomas do envenenamento e o tipo de soro utilizado em caso de acidentes”, conta.

Essa edição já está disponível para leitura, gratuitamente. Para garantir seu exemplar, clique aqui. 

Sair da versão mobile