O EcoParque da Comlurb, no Caju, recebeu na manhã desta segunda-feira (22/4) a visita de representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Global Methane Hub para conhecer os projetos sustentáveis desenvolvidos no local. A companhia foi a primeira da América Latina incluída na iniciativa “Too good to waste: Iniciative to mitigate methane emissions form waste in Latin America and Caribe”, cujo principal objetivo é auxiliar países parceiros na aceleração da implementação de projetos de gestão de resíduos sólidos para mitigar as emissões de metano.
Por meio dessa cooperação, a Comlurb receberá apoio para ações relacionadas a estudos, diagnósticos, estruturação e /ou preparação de projetos de aproveitamento da fração orgânica dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), no valor de até US$ 300 mil. A iniciativa é financiada com recursos do Global Methane Hub e do Aquafund.
O coordenador de Projetos da Comlurb, Bernardo Ornelas, explicou que, em princípio, estão sendo avaliados três estudos de projetos. Um de triagem mecânica para recuperação de recicláveis e da fração orgânica dos RSU; um galpão de compostagem, para produção de composto orgânico; e/ou digestão anaeróbia para produção de biometano; e transição para descarbonização do transporte na Cidade do Rio de Janeiro.
– Os projetos serão desenvolvidos nos espaços disponíveis no Ecoparque do Caju. Os estudos irão apontar a rota tecnológica mais adequada para uma gestão sustentável dos resíduos orgânicos na cidade do Rio – disse Bernardo.
Depois da reunião técnica e apresentações do EcoParque do Caju, os visitantes conheceram os projetos sustentáveis que funcionam no local como a primeira Unidade de Biometanização da América Latina e a máquina de trituração de restos de poda, doada pelo governo de Colônia, na Alemanha. O processo de biometanização promove a decomposição acelerada da matéria orgânica, resultando na produção de biogás, que pode ser reaproveitado como energia. A Unidade de Biometanização garante a autosuficiência energética do próprio processo de tratamento, além de transformar resíduos orgânicos em composto orgânico para regeneração de solos, chamado de fertilub. O composto está sendo usado no programa de reflorestamento da Prefeitura do Rio e também no programa Hortas Cariocas, de incentivo à agroecologia urbana e acesso a alimentos saudáveis nas regiões mais vulneráveis da cidade.
Já a unidade de processamento de poda produz uma biomassa combustível, usada como energia térmica e em fornos da indústria de cerâmica. Atualmente são processadas cerca de 450 toneladas por mês. Parte dos resíduos também vai para a Unidade de biometanização para a produção do Fertilub.
Acompanharam a visita, o diretor da Comlurb Edson Rufino e o gerente de Departamento José Emídio Neto. A delegação do BID foi formada por Magda Correalal, Especialista Sênior em Água e Saneamento, Luis Felipe Colturato e Carolina Piamonte, Consultores, e da Global Methane Hub por Carolina Urmeneta, Directora de Programa – Residuos Sólidos y Economía Circular, e Henrique Bezerra, Líder Regional – América Latina.
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