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Agência Minas Gerais | Dia Nacional da Cachaça: IMA promove ações de conscientização em todo o estado

Minas Gerais é referência na produção de cachaça de alambique no Brasil, conta com mais de 2 mil produtos registrados, representando 35,7% das cachaças do país, de acordo com o Anuário da Cachaça de 2024, elaborado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Entretanto, a informalidade no setor ainda é um desafio, com a circulação de produtos sem controle de qualidade e, muitas vezes, impróprios para o consumo.

Para incentivar a legalização da produção de cachaça no estado, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), realizará, no Dia Nacional da Cachaça (13/9), uma série de ações educativas por meio do projeto “O Legal Merece um Brinde”.

As atividades, que ocorrerão em 19 das 21 Coordenadorias Regionais do IMA, têm como objetivo conscientizar produtores, revendedores e consumidores sobre a importância do registro oficial. Dentre as ações programadas, destacam-se os Dias de Campo, onde os participantes terão acesso a uma série de ações interativas, estandes informativos, palestras e rodas de conversa com especialistas da área. Além disso, blitze educativas serão realizadas em diversos pontos para conscientizar a população sobre a importância do registro oficial da cachaça e do consumo de produtos legalizados. 

Visitas técnicas também estão previstas, proporcionando uma vivência prática sobre o processo de produção e regularização do produto. Com essa mobilização, o IMA espera alcançar mais formalização do setor e a melhoria contínua da qualidade da cachaça mineira, impactando diretamente a economia e a saúde pública.

O projeto “O Legal Merece um Brinde” visa combater a informalidade e promover a legalização da produção de cachaça em Minas Gerais. Entre as cidades contempladas estão os municípios de Oliveira, Belo Horizonte, Uberlândia, Montes Claros, Juiz de Fora, Poços de Caldas, Teófilo Otoni, Janaúba, Unaí, Varginha, Uberaba, Bom Despacho, Viçosa, Patrocínio, Guanhães, Patos de Minas, Almenara e Governador Valadares.

O setor de cachaça tem grande relevância econômica no Brasil, com 1.217 estabelecimentos registrados. A região Sudeste lidera com 819 cachaçarias, representando 67,3% do total, e Minas Gerais se destaca por concentrar 504 desses estabelecimentos, ou seja, mais de 60% dos alambiques da região. A cidade de Salinas, reconhecida desde 2018 como a Capital Nacional da Cachaça, abriga 24 cachaçarias, o maior número entre os municípios do estado, seguido por Belo Horizonte, que lidera o ranking nacional de rótulos registrados, com 336 produtos.

Além de sua relevância cultural e histórica, a cachaça tem um impacto econômico significativo, gerando empregos e impulsionando o turismo. Em 2023, a fabricação de aguardente de cana-de-açúcar foi responsável por 48% dos empregos do setor no Sudeste, empregando mais de 3 mil pessoas.

 

Certificação e qualidade da cachaça mineira

Além de ser responsável pela fiscalização da produção mineira, o IMA também é o Organismo de Certificação Oficial em Minas Gerais. A certificação da cachaça é facultativa, diferente do registro, e é um diferencial que atesta a qualidade do produto, além de garantir o cumprimento de normas ambientais e trabalhistas.

No primeiro semestre de 2024, o estado registrou um crescimento de 61,5% no número de marcas certificadas, passando de 13 em 2023 para 21 certificações, abrangendo alambiques localizados em municípios como Itaverava, Aiuruoca, Cláudio, Novorizonte e Buritis.

O IMA oferece dois programas de certificação para a cachaça: o Programa Certifica Minas Cachaça, política pública exclusiva para os produtores mineiros, e a certificação IMA/Inmetro, regulamentada pela Portaria Inmetro nº 300 de 18 de agosto de 2023, que tem abrangência nacional e visa principalmente a facilitar a exportação do produto.

Dia Nacional da Cachaça: valorização de um símbolo nacional

Celebrado em 13 de setembro, o Dia Nacional da Cachaça relembra a Revolta da Cachaça, em 1661, quando produtores garantiram o direito de fabricar e comercializar a bebida. Mais do que uma homenagem histórica, a data também reforça a necessidade de regularizar a produção e garantir a qualidade do produto, preservando a saúde do consumidor e valorizando a cachaça como um dos principais símbolos culturais do Brasil.