10 de junho de 2025
19:06
Por: Rose Campos
Fotos: Rose Campos
Vários Centros de Educação Infantil (CEI) e unidades do Ensino Fundamental da rede municipal de ensino vêm proporcionando aos alunos palestras educativas que têm como foco a transmissão de conhecimento sobre diversos aspectos da cultura indígena brasileira. Trata-se de ação pedagógica definida pelas unidades e que utiliza recursos oriundos do Fundo Rotativo das Escolas (FRE) repassado às Associações de Pais e Mestres (APM). Essas ações vêm sendo realizadas com a participação do indígena Luan, da etnia tupi-guarani. As atividades, que aconteceram no CEI-58 “Professora Dulce Puppo Oliveira Pinheiro”, nesta segunda-feira (9), também estão sendo realizadas em outras unidades escolares, com programação que segue até o dia 13 de junho.
Os guaranis são povos originários da América do Sul, sendo que ocupavam amplas regiões do continente, abrangendo não apenas a área que se tornou o Brasil, mas também Paraguai, Argentina e Bolívia. Esses grupos pertencem ao tronco linguístico tupi-guarani, uma das maiores e mais importantes famílias linguísticas do nosso continente.
No Brasil, esses grupos estão presentes, principalmente, nos estados do Mato Grosso do Sul, de São Paulo, do Paraná, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, do Espírito Santo, do Pará, de Santa Catarina e do Tocantins.
Nesses encontros com as crianças Luan fala um pouco sobre palavras incorporadas à língua portuguesa, mas que têm origem no tupi-guarani; mostra objetos com importante significado na cultura desse povo, como o cocar e o colar de fogo (feito com sementes da árvore conhecida como árvore de fogo) e conta algumas histórias e alguns costumes tradicionais dessa etnia. As crianças se mostram curiosas e muito abertas a interagir e absorver os conhecimentos transmitidos.
O projeto tem a proposta pedagógica de proporcionar aos estudantes verdadeiras aulas sobre a cultura dos povos originais brasileiros.
“É muito gratificante acompanhar de perto como o Fundo Rotativo da Escola se mostra essencial, permitindo que as escolas proporcionem aos nossos estudantes experiências tão valiosas e enriquecedoras como esta”, define a gestora de Desenvolvimento Administrativo da Sedu, Maria Angélica Martins Alves Porto.
“A gente sabe que a escola é um lugar onde as crianças passam boa parte do tempo. E eu, como educador, tenho esse grande chamado, que é levar esse conhecimento, dessa nossa história de ancestralidade para as escolas”, destaca Luan. “Muito do que as crianças aprendem tem como referência coisas vindas de fora, de outras culturas. É preciso, portanto, ensinar com os elementos da nossa fauna e flora, com a nossa cultura. O brasileiro é um dos poucos povos que tem como idioma não sua língua original, que poderia ser o tupi-guarani, uma língua muito rica, mas é o português, uma língua estrangeira. Então, fico muito feliz pelo fato de as escolas se interessarem por passar para as crianças a cultura indígena, e fora do contexto do mês de abril”, ele completa.
Como Luan ressalta em seu contato com as crianças na escola, existem muitos aspectos da cultura brasileira que vêm dos povos originários, como fazer fogueiras, contar os sonhos, muitos itens da nossa alimentação e até palavras adotadas do tupi-guarani. É muito importante que as crianças possam conhecer tudo isso. “As escolas de Sorocaba estão de parabéns por tomar essa iniciativa!”, conclui Luan.