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Agência Minas Gerais | Exportações do agronegócio mantêm Minas Gerais em destaque no cenário global

Minas Gerais segue como uma das principais potências do agronegócio brasileiro. Entre janeiro e maio de 2025, o estado registrou exportações no valor de US$ 8,4 bilhões, um crescimento expressivo de 24% em relação ao mesmo período de 2024, quando o total alcançou US$ 6,7 bilhões. Apesar de o volume exportado ter recuado 5,2%, somando 6,9 milhões de toneladas, o resultado financeiro revela uma importante valorização dos preços médios internacionais.

“O desempenho das exportações mineiras no agronegócio, especialmente com a forte valorização do café e a diversificação de destinos, demonstra a capacidade de adaptação do setor frente aos desafios logísticos e ao cenário internacional instável. Conseguimos ampliar a receita e abrir novos mercados estratégicos, o que é fundamental para manter a competitividade do estado no comércio global”, avalia a assessora Técnica da Secretaria de Estado de Agricultura (Seapa), Manoela Teixeira. 

Líderes de exportação

O principal motor dessa expansão foi o café, que manteve a liderança nas exportações estaduais. O produto atingiu US$ 4,8 bilhões em vendas externas, o que representa um crescimento de 67,2%. Mesmo com uma queda de 5,5% no volume embarcado, causada por menor oferta interna e gargalos logísticos, os preços praticamente dobraram no mercado internacional, compensando a redução na quantidade exportada.

Outro setor de destaque foi o de carnes, com crescimento de 17,1% em valor, totalizando US$ 680,4 milhões e o volume exportado subiu 7,1%. A carne bovina foi a principal responsável por esse desempenho, com alta de 17,2% em valor e 5,1% em volume. A carne de frango, que respondeu por 23,5% da receita das carnes exportadas, somou US$ 159,7 milhões, com alta de 8,6% no valor e 3,9% no volume.

O complexo soja teve um desempenho misto. As exportações atingiram US$ 1,6 bilhão, um recuo de 9,2% em valor, enquanto o volume permaneceu estável em 4 milhões de toneladas. A queda nos preços da soja foi influenciada pelo aumento global dos estoques e pela redução dos prêmios de exportação. A oferta mundial vem crescendo mais rápido que a demanda, o que pressiona as cotações.

Entre os produtos que mais cresceram estão os ovos, cujas exportações subiram 674,8% em valor, seguidos por produtos apícolas (crescimento de 90,5%), cereais (aumento de 89,4%, com destaque para o milho) e queijos (mais 25,4%). Esses números evidenciam tanto a valorização de preços, quanto a ampliação da presença de Minas Gerais em novos mercados consumidores.

Quedas

Já o setor sucroalcooleiro enfrentou uma retração significativa. As exportações somaram US$ 487,1 milhões, com queda de 35,4% em valor e de 29,7% em volume. O açúcar de cana respondeu por US$ 461,2 milhões (recuo de 36,1%), enquanto o álcool caiu 22,3% em receita. Já os produtos florestais fecharam o período com US$ 465,7 milhões exportados, queda de 3% em valor.

Novos destinos importadores  

A diversificação de destinos também foi um fator-chave para o bom desempenho do agronegócio mineiro. Com perdas nos mercados tradicionais, como China e México, o estado encontrou alternativas e ampliou significativamente suas exportações para países como Rússia (crescimento de 232% em valor e 200% em volume), Iêmen (aumento de 143% e 128%, respectivamente), Líbia (aumento de 77% em valor) e Guiné, que registrou um crescimento expressivo de 1.021% em valor e 653% em volume.