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Parktec impulsiona empreendedores na capital das oportunidades – CGNotícias

A inovação tem se tornado marca de Campo Grande e, cada vez mais, gera oportunidades que fortalecem o desenvolvimento da cidade. Nesse cenário, o Parque Tecnológico e de Inovação de Campo Grande (Parktec CG) completa dois anos de atividades consolidando-se como um ambiente estratégico capaz de unir poder público, universidades, setor produtivo e sociedade em um mesmo propósito: estimular negócios inovadores, diversificados e que transformam vidas.

Entre os empreendedores que fazem parte do espaço está Natalice Souza, indígena da etnia Kariri Sapuya. Aos 53 anos, ela transformou sua experiência no setor comercial e a formação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Eniesse, um hub de e-commerce colaborativo que facilita a vida de pequenos vendedores. A startup gerencia lojas virtuais, integra produtos em marketplaces e abre caminho para que empreendedores possam vender cosméticos, suplementos e itens veganos artesanais.

“Depois que conheci o Parktec, tenho a sensação de que não estou sozinha. Minha caminhada não é mais solo”, afirma. Natalice deixa ainda uma mensagem inspiradora: “Não devemos desistir dos nossos sonhos, independente de cor, raça ou gênero. Todas as mulheres e meninas podem realizá-los quando acreditam no próprio potencial”, reforça, deixando uma mensagem que inspira e conecta quem acompanha o ecossistema de inovação da cidade.

Outro exemplo é a Tamandú, liderada por Igor Pereira de Andrade, que democratiza o acesso ao emprego ao conectar gratuitamente trabalhadores e empresas por meio do WhatsApp. Ele percebeu que trabalhadores de áreas operacionais — garçons, cozinheiros, auxiliares de serviços gerais — tinham dificuldade de encontrar oportunidades de forma justa e transparente. Hoje, já são mais de 30 mil currículos cadastrados, 100 empresas atendidas e mais de 300 vagas abertas e fechadas em apenas um ano de operação.

“Buscar emprego não pode ser difícil. O empresário paga para contratar, mas o candidato não desembolsa nada. O Parktec nos deu estrutura e pertencimento. Aqui a gente sente que faz parte de algo maior”, destaca Igor. A startup atende principalmente pequenos e médios empresários, ajudando-os a contratar profissionais essenciais para o funcionamento do dia a dia, mas que muitas vezes não têm um RH estruturado.

O Parktec também abriga startups como a J&B Biofertilizantes, que desenvolve insumos orgânicos e biodegradáveis; a Eixo X Solutions, focada em inteligência artificial para automatizar projetos de crescimento; e a Nivo Turismo, que digitaliza o turismo rural no Pantanal. Outras empresas atuam em saúde, gestão e cosméticos, com algumas lideradas exclusivamente por mulheres.

Essas empresas foram selecionadas no primeiro edital lançado pelo Parktec, aberto para startups com até cinco anos de constituição formal e alto potencial de inovação. O processo atraiu negócios de diferentes áreas e consolidou o Parque como ambiente que oferece mentorias, capacitações e, principalmente, conexões com o poder público e com o mercado.

“Conectar pessoas de Campo Grande a oportunidades externas faz com que tudo aconteça de forma mais fluida. Acredito que com a Rota Bioceânica, vamos nos aproximar de parques tecnológicos como os de Santiago e Buenos Aires, um dos maiores da América do Sul, criando novas oportunidades e aproximando diretores e pessoas que podem ajudar a crescer. À medida que as startups se desenvolvem, o parque cresce e, consequentemente, Campo Grande também”, diz Adriana Tozzetti, diretora-executiva do Parktec CG.

A prefeita Adriane Lopes relembrou o início do projeto: “Há dois anos tivemos a coragem de tirar o Parktec da gaveta e transformar uma ideia em realidade. Vi de perto como outras cidades cresceram a partir de parques tecnológicos e trouxe essa inspiração para Campo Grande. Hoje, celebramos esse espaço que conecta universidades, empresas e pessoas, preparando a cidade para dar um salto de desenvolvimento”.

Ela também reforçou a importância do apoio às startups residentes: “Nosso maior desafio é não deixar ninguém para trás. Queremos que cada empresa aqui cresça, gere conexões e oportunidades. Campo Grande já é a Capital das Oportunidades e, com inovação e tecnologia, pode se consolidar como referência não só no Centro-Oeste, mas em toda a América do Sul”.

O futuro reserva passos ainda maiores: o Parktec deve se expandir para o prédio do Centro de Belas Artes, atualmente em obras, ampliando a capacidade de atendimento para cerca de 60 startups. Também está em preparação o Sandbox Regulatório, ambiente onde empresas poderão testar soluções inovadoras em condições especiais, acelerando a chegada de novos produtos e serviços ao mercado.

Com histórias que vão do e-commerce colaborativo à biotecnologia, da inteligência artificial ao turismo, o Parktec mostra que inovar não é privilégio de poucos. É, sim, a chance de transformar ideias em realidade. E, nesses dois primeiros anos, Campo Grande já provou que tem energia, talento e diversidade suficientes para ser referência em inovação no Brasil.