O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) participa da 27ª edição da Feira Internacional Agropecuária e Cultural do Pantanal (Feapan), realizada de 9 a 12 de outubro no Parque de Exposições Belmiro Maciel de Barros, em Corumbá e Ladário.
O evento, um dos mais tradicionais do calendário pantaneiro, reúne inovação tecnológica, cultura, negócios e turismo em uma celebração que valoriza o desenvolvimento sustentável da região.
O diretor-presidente do Imasul, André Borges, participou da cerimônia de abertura e ministrou palestra voltada a produtores, técnicos e representantes de instituições ambientais. Em sua fala, destacou o papel estratégico do Instituto na preservação e gestão ambiental de Mato Grosso do Sul, especialmente na proteção do Pantanal, bioma reconhecido mundialmente por sua biodiversidade e importância ecológica.
“Acredito que o nosso grande desafio hoje é diferente do que era antes. Antigamente, o produtor rural sabia, melhor do que ninguém, manejar o fogo. Ele sempre fez isso ao longo da vida, no manejo da pastagem e na renovação de áreas produtivas. Mas agora o cenário climático mudou muito, e precisamos adotar novas atitudes. O Estado tem avançado com a política de Manejo Integrado do Fogo, trabalhando lado a lado com o produtor para promover práticas seguras e sustentáveis”, afirmou André Borges.
Segundo ele, o Imasul tem atuado de forma integrada com os diversos setores produtivos, buscando sempre o equilíbrio entre a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico. “Essa é uma das nossas maiores missões: garantir que as atividades humanas no Pantanal e em todo o estado ocorram de maneira sustentável, com base técnica e respeito à legislação ambiental”, completou.
Ações ambientais e orientação técnica
Durante o evento, o diretor do Imasul apresentou aos produtores rurais orientações sobre práticas sustentáveis, licenciamento ambiental e manejo adequado de áreas produtivas. Um dos temas mais debatidos foi o uso controlado do fogo — instrumento importante para a prevenção de incêndios florestais, especialmente nas áreas do Pantanal e Cerrado.
O Imasul reforça que a queima prescrita deve ser realizada apenas com autorização do órgão ambiental, conforme previsto na Resolução Semac/MS nº 6/2010 e no Decreto Estadual nº 15.654/2021, que regulamenta o uso do fogo em áreas rurais.
Antes da autorização, o Instituto avalia fatores como as condições meteorológicas, o tipo de vegetação e os objetivos da operação, garantindo que a prática ocorra de forma segura e ambientalmente responsável.
Essa medida é essencial para reduzir os riscos de incêndios descontrolados, que podem causar graves prejuízos ambientais, econômicos e sociais. O Imasul também mantém ações conjuntas com o Corpo de Bombeiros Militar, a Defesa Civil e a Polícia Militar Ambiental, além de promover campanhas educativas voltadas à conscientização sobre o manejo do fogo e à preservação dos ecossistemas pantaneiros.
Legislação e fiscalização ambiental
O Imasul é o órgão executor da Política Estadual de Meio Ambiente, instituída pela Lei nº 90/1980 e regulamentada pelo Decreto nº 14.273/2015. Entre suas atribuições estão o licenciamento ambiental, o monitoramento da qualidade da água e do ar, o controle do desmatamento por meio da plataforma MADES – Monitor de Alertas de Desmatamento, e a gestão do Cadastro Ambiental Rural (CAR), instrumento essencial para a regularização ambiental das propriedades rurais.
Essas ações fortalecem o equilíbrio entre produção agropecuária e conservação ambiental, pilares fundamentais para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida em Mato Grosso do Sul.
Mais informações e a programação completa da Feapan podem ser consultadas nas redes sociais do Sindicato Rural de Corumbá.
Voz do produtor pantaneiro
O produtor e empresário Armando Arruda Lacerda, do Pantanal do Paiaguás, destacou a importância da presença do Imasul na feira e da proximidade com os produtores locais.
“Eu sou Armando Arruda Lacerda, do lado do Porto de São Pedro, no Pantanal do Paiaguás. Hoje trabalho mais com a parte ambiental e logística, enquanto a pecuária na minha propriedade é terceirizada. Participar da Feapan é uma grande oportunidade, especialmente por poder encontrar o presidente do Imasul e conhecer de perto os projetos que estão acontecendo na nossa região. Mais do que nunca, o Pantanal precisa do Imasul, principalmente na parte técnica e burocrática.”
O produtor ressaltou que atua com cotas ambientais, crédito de carbono e prestação de serviços ambientais, e que depende da homologação do Imasul para viabilizar esses projetos de forma regular.
“O relacionamento com o órgão tem sido muito positivo. O governo do Estado está implementando um projeto importante na nossa região, com a construção de uma estrada, de um aeródromo e de uma base de brigada do Corpo de Bombeiros, em uma área que doamos para o Estado. Essa estrutura é essencial, porque estamos em uma região que sofre muito com incêndios florestais. Precisamos de mobilidade e estrutura para proteger o nosso bioma”, concluiu.