O Complexo da Maré produz diariamente grande quantidade de resíduos. Parte deste material vem sendo transformado em biojoias graças a um projeto de Tiago Carlos do Nascimento. Nos dias 14 e 15 de novembro, o ativista ambiental mostrará, ao lado de outros integrantes do programa Jovens Cientistas, suas criações no Festival da Ciência pelo Clima, no Parque Quinta da Boa Vista Imperial de São Cristóvão. Com patrocínio da Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (SMCT), em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a terceira edição do festival terá exposições, experiências imersivas, jogos educativos e interativos, rodas de conversa e shows do grupo Samba do Sacramento e Samba Solto. Tudo de graça.
– A ciência é uma grande aliada na transformação do planeta. E, para termos uma cidade mais justa, desenvolvida e sustentável, precisamos dos nossos jovens cientistas, especialmente daqueles que vivem nos territórios que mais necessitam de intervenções e inovações do poder público – disse a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, Tatiana Roque.
Nascido e criado na Baixa do Sapateiro, no Complexo da Maré, o ativista ambiental Tiago Carlos do Nascimento, de 28 anos, faz parte da segunda edição do programa Jovens Cientistas Cariocas. Idealizado pela SMCT, em parceria com o Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (Cieds), o programa distribuiu bolsas de R$ 800, durante seis meses, para os estudantes desenvolverem, em 12 diferentes Naves do Conhecimento, suas ideias inovadoras.
– No ano passado, criamos o Recriando Maré, que transforma resíduos em oportunidades. O coletivo tem como missão enfrentar dois grandes desafios do território: o excesso de resíduos sólidos e a vulnerabilidade econômica dos moradores da comunidade. Com esse duplo objetivo, surgiram as primeiras oficinas de educação ambiental e empreendedorismo sustentável, como as de biojoias, criadas a partir de cápsulas usadas de café e que uniram geração de renda e cuidado com o meio ambiente – explicou Tiago, que está cursando o último período do curso de Biologia Marinha na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
De acordo com o ativista ambiental e consultor da ONU-Habitat para o novo PAC da Maré, o Recriando Maré pode ser levado para outras comunidades.
– O que mais quero é levar o projeto para outros territórios. A Maré não é só violência. Lá tem pessoas que estão pensando em sustentabilidade e produzindo tecnologias de mitigação para os efeitos das mudanças climáticas.
Mais de 20 instituições, ONGs e coletivos participam dos dois dias do festival na Quinta da Boa Vista. Serão debatidos temas como educação ambiental nos territórios mais pobres e vulneráveis da cidade, políticas de financiamento público para a ciência, criação de empregos verdes e formas de aumentar a resiliência climática na cidade do Rio, entre outros.
Lá estarão reunidas 21 instituições de ensino e pesquisa, organizações da sociedade civil e coletivos comprometidos com o conhecimento e o futuro do planeta. Todos oferecerão atividades para os participantes do festival. Além da UFRJ e Uerj, estarão em São Cristóvão representantes da Fiocruz, Colégio Pedro II, Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Museu de Ciências da Terra (MCTer), Planetário do Rio, Sesi-RJ, Instituto Ciência Hoje, Espaço Ciência Viva, entre outros.
Programação
Dia 14
10h – Roda de conversa: “Educação ambiental em territórios de favelas contra o racismo climático”
11h – Roda de conversa: “Quais oportunidades de desenvolvimento econômico e criação de empregos verdes podem ser desenvolvidos no Rio?”
14h – Exibição da peça “Céu de Pindorama” – Instituto Ciência Hoje
15h – Roda de conversa: “Quais são os impactos no litoral do Rio com as mudanças climáticas?”
16h – Roda de Conversa: “Como aumentar a resiliência climática na cidade do Rio de Janeiro?’’
17h – Roda de Conversa: “Políticas de financiamento público para a ciência”
18h – Roda de samba: Apresentação do grupo Samba do Sacramento
Dia 15
10h – Roda de conversa: “Popularização da ciência como estratégia territorial de inclusão social”
11h – Roda de conversa: “Educação em ciências contra o negacionismo”
13h – Roda de conversa: “Impactos das mudanças climáticas sobre os oceanos’’
14h – Roda de conversa: “Programa Jovens Cientistas Cariocas – “O novo front da divulgação científica: as redes sociais’’
15h – Roda de conversa: “Programa Jovens Cientistas Cariocas – “Educar para o amanhã: relações étnico-raciais, território e clima de transformação”
16h – Roda de conversa: “Programa Jovens Cientistas Cariocas – “O batuque educa: samba, educação e memória como saberes do território”
17h – Roda de Samba: Apresentação do grupo Samba Solto
Festival da Ciência pelo Clima
Dias: 14 e 15 de novembro
Entrada gratuita
Hora: 10h às 18h (dia 14, sexta-feira) – 10h às 17h (dia 15, sábado)
Local: Parque Quinta da Boa Vista Imperial de São Cristóvão – em frente ao Templo de Apolo
End: Av. Pedro II, s/n, São Cristóvão


