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ENTRETENIMENTO

Especialista alerta sobre impacto do uso de telas na saúde mental de crianças e adolescentes

O uso excessivo da internet e das redes sociais tem provocado impactos significativos na saúde mental de crianças e adolescentes. Alterações no sono, aumento da ansiedade e da depressão, queda no rendimento escolar, dificuldades de atenção e problemas de autoestima estão entre os principais efeitos apontados por especialistas.

De acordo com o psicólogo Vimário Lacerda, que atua no Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi) Cirandar, esse cenário ocorre em decorrência do tempo prolongado diante das telas, que interfere na rotina, fragiliza vínculos presenciais e expõe jovens a conteúdos inadequados ou violentos.

“Inclusive, a constante comparação com influenciadores e colegas que exibem versões idealizadas de suas vidas nas redes sociais pode gerar frustração, insegurança e sentimento de inadequação, prejudicando a construção da identidade nessa fase de desenvolvimento”, destacou Vimário Lacerda.

Para o profissional, outro fator preocupante é o cyberbullying, cada vez mais frequente nessa faixa etária. Ele explicou que situações de violência virtual podem causar medo, isolamento, queda no desempenho escolar e sintomas de depressão e ansiedade, além de aumentar o risco de automutilação e ideias suicidas.

“Diante desse quadro, é essencial que pais e responsáveis estejam atentos a sinais de alerta, como mudanças bruscas de humor, irritabilidade, choro frequente, perda de interesse por atividades, queda no rendimento escolar, alteração no sono e no apetite, além de falas sobre morte ou desejo de desaparecer”, recomendou.

O psicólogo alertou que, para prevenir esses problemas, é fundamental que as famílias estabeleçam limites saudáveis de uso da internet, com regras claras, rotinas equilibradas e acordos construídos em diálogo com os filhos. “Medidas como evitar o uso de telas durante refeições, desligar aparelhos antes de dormir, estimular atividades presenciais e monitorar os conteúdos acessados ajudam a reduzir riscos”.

Segundo o especialista, o exemplo dos adultos pode ser decisivo. “Quando pais e responsáveis usam a tecnologia de forma equilibrada, transmite uma mensagem prática de autorregulação. Mais do que proibir, é necessário educar para o uso consciente, conversando sobre privacidade, exposição, fake news e os impactos da comparação social”, afirmou.

Por outro lado, o psicólogo ressaltou que a internet também pode ser uma aliada no cuidado com a saúde mental, quando utilizada de forma crítica e moderada. “Plataformas digitais podem oferecer acesso a informações confiáveis, grupos de apoio, recursos de psicoeducação e até serviços de teleatendimento psicológico. A chave está em direcionar os jovens para conteúdos saudáveis, promover diálogos abertos e ensinar estratégias de uso responsável”, concluiu.

Serviço – Na Rede Municipal de Saúde de João Pessoa, os serviços de atenção psicossocial, especialmente o Capsi Cirandar, desempenham papel central nesse cuidado aos usuários por meio de oficinas de convivência e grupos terapêuticos que ajudam no fortalecimento emocional das crianças e adolescentes.

Além disso, articulam ações com escolas e serviços comunitários para prevenção. O Capsi Cirandar ainda acolhe os familiares dos usuários do serviço, orientando-os sobre como lidar com os desafios do mundo digital e fortalecendo a rede de apoio ao redor dos jovens.

O serviço está localizado na Avenida Gouveia Nóbrega, s/n, Roger, próximo ao Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica). O atendimento ao público acontece de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e das 13h às 17h.